Uma previsão menos negativa para o mercado chinês e o crescimento de algumas economias emergentes levaram a Worldsteel, que reúne os 66 maiores países produtores de aço, a melhorar sua projeção para a demanda global em 2016. Agora, a entidade espera expansão de 0,2% no consumo mundial neste ano, para 1,501 bilhão de toneladas, frente à previsão anterior, anunciada em abril, de queda de 0,8%.

No relatório Short Range Outlook divulgado na terça-feira, a entidade também melhorou a projeção para a demanda de 2017, de 0,4% para 0,5%, indo a 1,51 bilhão de toneladas. No documento, o presidente do comitê econômico da Worldsteel, T.V. Narendran, diz que “o ambiente da indústria de aço continua desafiador”, com aumento das incertezas provocado por questões geopolíticas em diferentes partes do mundo.

Além disso, a fraqueza do investimento global segue contendo uma recuperação mais forte na demanda por aço. “Esperamos que esse ligeiro ímpeto de crescimento permaneça fraco por enquanto, devido ao reequilíbrio contínuo na China e a frágil recuperação das economias desenvolvidas”, aponta a entidade.

A entidade espera que a demanda chinesa por aço recue 1% em 2016, para 665,6 milhões de toneladas, comparável à projeção de abril, de baixa de 4%. Para o ano que vem, a previsão é de queda de 2% – a anterior era de 3%. A melhora na expectativa, conforme a Wordsteel, deveu-se às medidas de estímulo implementadas pelo governo chinês, que incentivaram a infraestrutura, o mercado imobiliário e o automotivo.

Já a demanda em economias emergentes, com exceção da China, deve crescer 2% neste ano, para 436,2 milhões de toneladas, e acelerar o ritmo a 4% em 2017, para 453,4 milhões de toneladas. Algumas economias emergentes “de baixo desempenho” têm dado sinais de estabilização e, no Brasil, após dois anos consecutivos de contração de dois dígitos, a demanda por aço deve iniciar recuperação “moderada” em 2017, com alta de 3,8%, observa a entidade. Neste ano, prevê retração de 14,4% no mercado brasileiro.

Nos países desenvolvidos, a expectativa é de manutenção da trajetória moderada de retomada da economia, com aumento de 0,2% na demanda em 2016 e de 1,1% em 2017. Na União Europeia, a recuperação do consumo continua em curso, apesar “das incertezas adicionadas pelo Brexit”. A projeção é mais 0,8% em 2016 (154,8 milhões de toneladas), e 1,4% em 2017.

Nos Estados Unidos, apesar da força da economia local, a demanda por aço enfrenta desafios como o dólar valorizado, que prejudica o setor manufatureiro, e o “colapso nos investimentos relacionados ao xisto”. Neste ano, deve mostrar queda de 1,2%, a 95 milhões de toneladas, com alta de 3% em 2017.

 

Fonte: Valor Econômico

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