Rússia tem uma economia do tamanho da do Brasil; concentrada na produção de bens estratégicos como gás, petróleo, grãos e fertilizantes. A nação trava uma guerra econômica com os Estados Unidos, a Europa e seus aliados ao redor do mundo. Como essa guerra pode evoluir –e quais as consequências para o Brasil e para o mundo– foi o tema do painel mediado pelo analista de Internacional da CNN Brasil Lourival Santa’Anna, neste domingo (6).

Participaram da discussão o cientista político e diretor do Grupo Eurásia, Christopher Garman, com a consultora em Comércio Internacional Renata Amaral, e o doutor em Economia de Energia David Zylberstain.

Para Zylberstain, a depender da continuidade e o crescimento da gravidade do conflito entre Rússia e Ucrânia, a Europa deverá se adaptar nos próximos meses para depender menos dos recursos russos e tornar as sanções mais rigorosas.

“A questão do gás é mais complicada, porque não é uma commodity pura, tem um transporte mais complexo. Se o conflito se agravar e se prolongar, já existem medidas sendo preparadas. Por exemplo, a Alemanha teria que fechar suas usinas nucleares até o fim do ano. Muito provavelmente vai estender esse prazo, mas é uma hipótese muito razoável. Acho que, havendo a perspectiva de continuidade do conflito, há capacidade de adaptação na Europa e aí as sanções podem começar a ficar mais rigorosas em relação ao óleo e ao gás”, disse.

Quanto ao ambiente político nos Estados Unidos, a consultora em Comércio Internacional Renata Amaral falou sobre as sanções aplicadas tanto pelo governo quanto por empresas.

“Com a guerra, houve um abafamento dessas questões de priorização em relação às questões climáticas. Isso claramente saiu do radar do governo americano. As crises internas por conta dessas guerra estão muito fortes. Tem pelo menos três projetos de lei no Senado e Câmara para os EUA tratar a Rússia com discriminação: aumentar tarifas de importação, aumentar cotas de exportação de produtos para a Rússia e proibir exportação de produtos de alta tecnologia”, disse Renata.

Fonte: CNN Brasil

Preciso de ajuda? Converse conosco