Previsões apontam que siderúrgicas da Índia devem aumentar as exportações em mais de 30% este ano, incentivadas pelos altos preços globais e corte de produção dos maiores fornecedores.

O segundo maior produtor mundial de aço pode elevar as exportações para até 15 milhões de toneladas no ano iniciado em abril em relação aos 10,8 milhões do ano passado, segundo o diretor-gerente da Jindal Steel & Power, V.R. Sharma. Os preços mundiais mais altos do aço e os planos da China e da Rússia de reduzir os embarques para o exterior impulsionarão as exportações.

Atualmente, usinas indianas exportam até 40% da produção em comparação com 20% há um ano, disse Sharma. As cotações internacionais estão mais altas do que os preços domésticos e são “muito lucrativas”, enquanto a demanda local no setor de construção ainda está lenta e pode se acelerar a partir de outubro, disse.

“Mudanças na política de aço doméstico da China ajudarão a aumentar as oportunidades de exportação para o setor siderúrgico indiano nos próximos meses”, disse em entrevista N.L. Vhatte, CEO da ESL Steel, do bilionário Anil Agarwal. “Agora é o momento oportuno para exportadores de aço indianos ampliarem seu alcance e buscarem novos mercados com foco na atualização da qualidade.”

A China, maior produtora de aço, iniciou uma campanha para limitar a produção com o objetivo de cumprir as metas de redução da intensidade energética e poluição, e quer manter o volume produzido deste ano abaixo do nível em 2020.

Usinas indianas exportaram cerca de 3,5 milhões de toneladas nos três meses até junho, quando a demanda foi atingida pela onda de casos de Covid-19 que levaram a restrições e desaceleraram a atividade econômica, disse Vhatte, citando dados do governo. Os principais mercados de exportação das usinas indianas incluem Emirados Árabes Unidos, Vietnã e Itália.

No entanto, menos navios nos portos indianos podem desacelerar os embarques pelos próximos dois meses, de acordo com Sharma, da Jindal Steel. Os produtos siderúrgicos estão se acumulando nos portos indianos, já que os navios chegam atrasados devido às rígidas normas de quarentena ao redor do mundo, disse.

“No momento em que a China e o resto do mundo liberarem os navios, a situação voltará ao normal”, disse Sharma.

Fonte: Bloomberg News  
Seção: Siderurgia & Mineração  
Publicação: 10/09/2021

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