Fontes do setor também confirmam que as outras siderúrgicas analisam alta na mesma linha. 

A alta do minério de ferro mais a valorização do dólar frente ao real já levam as siderúrgicas a prepararem novo aumento nos preços do aço no mercado brasileiro. No caso do aço plano, a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) mais uma vez deve sair na frente das concorrentes. 

A empresa, apurou o Valor, está informando os seus clientes do setores de distribuição e industrial que vai aplicar reajustes de 10% a 12,25% a partir de 1º de junho em suas linhas de produtos. Na conferência com analistas há alguns dias para comentar o balanço financeiro referente ao primeiro trimestre, o presidente da companhia, Benjamin Steinbruch já havia falado dessa decisão da companhia de aplicar o aumento a partir do próximo mês.

“Há espaço para recuperação de preços neste trimestre e vamos implementar esses reajustes”, disse à época o executivo.

Fontes do setor também confirmam que as outras siderúrgicas analisam alta na mesma linha.

“Poderá haver recomposição dos custos que aumentam a cada dia. Mas, os distribuidores ainda não conseguiram repassar os reajustes de março e abril. O mercado está muito ruim. A demanda ainda não voltou”, disse fonte do setor. Ontem, o preço do minério encostou em US$ 100 a tonelada e pode subir mais. A cotação do dólar já passou de R$ 4,00.

Dentre as produtoras de aços planos, a Usiminas é a que se encontra com os custos mais apertados, de acordo com analistas. Isso porque a companhia compra de 80 mil a 100 mil toneladas de placas por mês por até US$ 530 toneladas a tonelada. “Na atual circunstância com o preço da placa nesse patamar será difícil a Usiminas segurar o reajuste.”

No segmento de aços longos as siderúrgicas também já informam os clientes da possibilidade de aplicar aumentos. Segundo uma incorporadora com atuação na baixa renda, a Gerdau informou que fará aumento de preços entre 8% e 10%. A siderúrgica estaria, de acordo com a fonte, aguardando o aumento da demanda para dar início à nova tabela de preços.

Conforme relatório da consultoria S&P Platts, especializada no setor, os preços do vergalhão praticados no mercado brasileiro permanecem estáveis desde o início de abril. Caso se confirme o reajuste em junho, será o terceiro neste ano. As siderúrgicas aplicaram alta de 5% em março e em abril.

“No comparativo anual, os preços brasileiros subiram cerca de 19% em relação a maio de 2018. Os preços mais altos do vergalhão são uma preocupação para a indústria da construção, que consome cerca de 34% do aço produzido no país, mas que ainda não mostrou sinais de recuperação”, informou em relatório a Platts. De acordo com dados da consultoria, o vergalhão está sendo comercializado entre R$ 2.895 e R$ 2.916 a tonelada no mercado doméstico.

Fonte: Valor 
Seção: Siderurgia 
Publicação: 20/05/2019

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