Os indicadores começam a deixar o patamar negativo para sinalizar uma recuperação em 2017, mas a indústria de máquinas e equipamentos em Minas Gerais ainda sofre as consequências da paralisia da economia nacional. Em março, o faturamento do setor no Estado apresentou ligeira alta de 5% frente a fevereiro. No entanto, quando comparado com o desempenho do mesmo mês em 2016, os ganhos das empresas seguiram caminho oposto, com recuo de 22%.

As exportações mineiras, puxadas pelo comércio de maquinário agrícola, também avançaram de um mês ao outro, registrando incremento de 20% no confronto com fevereiro. A mesma intensidade não se repetiu em relação a março de 2016. No intervalo de um ano, as vendas de máquinas e equipamentos para o mercado externo subiram só 8%, segundo dados divulgados ontem pela Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos em Minas Gerais (Abimaq-MG).

Vice-presidente regional da Abimaq-MG, Marcelo Luiz Moreira Veneroso reconhece que houve melhoras nos indicadores de atividade do setor neste ano. O dirigente, porém, pondera que o progresso verificado ainda não é consistente o suficiente para consolidar a desejada retomada da indústria. “Nos últimos meses, vemos, em nível nacional, que realmente o indicador de faturamento deu uma melhorada, mas ainda está longe de recuperar os anos anteriores”, afirma.

Com a produção de bens de capital pouco demandada no Brasil, o nível de emprego da indústria de máquinas e equipamentos segue em baixa. De março de 2016 até igual período deste ano, foram encerrados em Minas 1.500 postos de trabalho, retração de 12%. A perda de vagas na região se deu em ritmo mais forte do que no País, que, no mesmo intervalo, registrou recuo de 5,3%, com o corte de 16,3 mil empregos. No confronto com fevereiro, a retração no Estado foi de 0,3%.

A situação da utilização da capacidade instalada (UCI) nas indústrias mineiras não é diferente. Em março, o nível de UCI das empresas se manteve igual na comparação com fevereiro, mas, frente ao mesmo mês do ano passado, houve uma retração de 25%.

Produção local – Para alcançar efetivamente a recuperação e o crescimento do setor, o dirigente avalia que o governo precisa promover medidas que incentivem a produção local. Entre elas estariam a aprovação das reformas trabalhista e da Previdência, já encaminhadas ao Congresso Nacional, a redução ainda mais acentuada da taxa básica de juros Selic e a adoção de uma política cambial favorável à realização de negócios.

Fonte: Diário do Comércio

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